A recém-nascida enterrada viva pela bisavó em Canarana (838 km de Cuiabá) corre o risco de ter sequelas graves em razão da falta de oxigenação ao longo das 7h em que permaneceu embaixo da terra.
“Isso pode determinar uma sequela grave, mas isso só saberemos com o desenvolvimento da criança”, explicou o médico.
O bebê, que é da etnia Kamayurá, chegou em Cuiabá na noite desta quarta-feira (6), e foi internada na Santa Casa de Misericórdia.
O problema atual é infecção generalizada. Ela foi enterrada, ficou horas respirando terra, e por isso o quadro de infecção – isso é que estamos tratando agora
O diretor explica que, agora, a prioridade é tratar a infecção generalizada da criança. “O problema atual é infecção generalizada. Ela foi enterrada, ficou horas respirando terra, e por isso o quadro de infecção. Isso é o que estamos tratando agora”, disse à reportagem.
Segundo a unidade hospitalar, serão necessárias 24h de observação para emitir um novo boletim médico.
O caso
Segundo a denúncia, uma indígena de 15 anos teria dado à luz por volta do meio dia na terça-feira (5). O bebê foi enterrado no terreno da residência da família.
No local, a bisavó da garota confirmou o ato, dizendo que a criança teria nascido morta por ser prematura. Ela alegou que não comunicou a ninguém por ser este um costume da etnia.
Uma enfermeira da Casai (Casa de Saúde do Índio), ao assumir o expediente, soube do caso e avisou a polícia e o chefe da unidade. Em decorrência do tempo, o local foi isolado pela equipe policial para o trabalho da perícia técnica. Mas, ao escavarem, os policias ouviram o choro do bebê.